Dois marcos da História Contemporânea aceleraram a criação do Dia Internacional da Mulher pela ONU – Organização das Nações Unidas. O primeiro foi um incêndio  trágico  em Nova York, em 1911, que levou às  capas dos jornais as terríveis  condições  de trabalho a que  as mulheres de uma fábrica de roupas eram submetidas. O segundo foi a marcha das mulheres russas, em 1917,  por pão  e melhores condições  de vida.

É  triste saber que se passaram 112 anos depois da primeira tragédia, e as estatísticas ainda demonstrarem  que ações  opressoras e discriminatórias em desfavor das mulheres  fazem parte do nosso dia-a-dia.

Segundo a Agência  Brasil, no Brasil uma mulher é  vítima de violência  a cada quatro horas. O boletim: “Elas vivem: dados que não se calam”, publicado em 07/03/2023, registrou 2.423 casos de violência  contra a mulher em 2022, 495 deles feminicidios.

No mercado de trabalho não  é  diferente. Mulheres enfrentam barreiras na carreira, sofrem  preconceitos na hora de buscar novas opotunidades, ficando para os homens em número maior as ascensão  e promoções na empresa. O primeiro emprego chega a ser uma via sacra. Isso traz uma fragilidade financeira, consequentemente, colocando as mulheres em situação  de dependência econômica e, por conseguinte, submissas às vontades, comandos e violências domésticas.

Preceitua a nossa Carta Magna que: “todos são  iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Isso significa que todas as pessoas, na medida de suas diferenças, têm  os mesmos direitos. É uma igualdade formal e jurídica, mas não uma igualdade de fato.

Não  há que se negar que os avanços em relação aos direitos da mulher vem sendo conquistados com lutas: de gênero (direitos constitucionais), religiosa (liberdade de credo), racial (cotas para negros, deficientes, etc) grávidas (auxílio maternidade), no ambiente corporativo (trabalho igual salário  igual).

Há  uma certa confusão  sobre a função da data do Dia Internacional da Mulher . Esta data não  é motivo apenas para celebrações  e congratulações. Deve ser um dia de reflexão a respeito das  desigualdades e violências  – visíveis e invisíveis.

O combate a violência não se resume a medidas preventivas ou punitivas contra os agressores. É necessário políticas públicas consubstanciadas em projetos e programas que identifiquem e combatam as raízes  da violência (doméstica, no trabalho, no ambiente corporativo na Internet, etc.).

As autoridades públicas e a sociedade civil devem estar conscientes das dimensões do problema; aptos e dispostos a apoiar mulheres que sofrem violências, para que não  se sintam sozinhas e desamparadas. O sistema judiciário deve atuar com ações efetivas de prevenção  e proteção.

A educação é o ponto chave. As orientações preventivas, por exemplo, devem ter início na escola, chegando até às universidades. Todos os programas e projetos devem atuar com sinergia, para que deles brotam homens e mulheres melhores, conscientes e engajados na construção de um Brasil menos desigual e violento para com o gênero feminino..

Foi nessa perspectiva que o IMAN – Instituto Mato-Grossense de Advogados Network, lançou  neste mês de março  o primeiro projeto “Março Mulher”, com muito sucesso. Nas ponderações da presidente, a advogada dra. Tatiane Barros:
“precisamos conscientizar e mudar mentes e corações  para que mulheres sejam de fato respeitadas”. Disse ainda, que ao comemorar  a data 8 de março  continuamos dedicando incentivar a sociedade a refletir sobre as  principais  conquistas, mas também  os desafios que mulheres enfrentam nos dias atuais.

A classe dos Advogados sabe da importância  de seu  papel na luta por uma sociedade mais justa, e através  do Instituto de Advogados está fazendo a sua parte na busca da Paz Social. Assim transformar a vida das “Mulheres de Março”  mais justa e igualitária. “Juntos somos mais fortes”.

IMAN, Presente!
“Mulheres de Março”, Presente!

MARILZA MOREIRA – É  Advogada e Jornalista em Cuiabá. Presidente da Comissão de Direito da Moda e Imagem do IMAN – Instituto Mato-Grossense de Advogados Network; Membro da Comissão de Direito da Infância e Juventude do IMAN; e da Mulher; Membro da Comissão da Mulher Advogada da OAB MT; Associada do Instituto de Direito Previdenciario- IBDP

Originalmente publicado em Mulheres de Março | Plataforma de Notícias Regional News MT